Mundo Mangue de Claudio Farias

Gavião e maçarico disputam camarões com as garças. A imagem é uma das centenas captadas por Claudio Farias em área de manguezais de Alcântara, cidade histórica localizada no litoral do Maranhão, ao norte do Brasil.

Há 7 anos, o jornalista, radialista, diretor cinematográfico e de fotografia Claudio Farias mora no Sítio Escola Praia do Barco, em Alcântara, ao lado da jornalista Marilda Mascarenhas, base de estudos da dinâmica dos mangues a partir de observações, pesquisas e concepção de imagens em vídeos e fotográficas.

O trabalho exige paciência à captação de ciclos de vida de flores, peixes, insetos, répteis, crustáceos, árvores, aves (nativas e migratórias) em meio aos manguezais entremeados por espaços com pedras pré-históricas, lamas ou praias.

Nesse mundo, regido pelo ritmo das marés e dos astros, Claudio Farias busca o continuo nascer, morrer e renovação de seres da fauna e a flora dos manguezais.

Algumas dessas vidas duram minutos; outra apenas uma preamar. Há as que passam meses ou anos para completar um ciclo de transformação em um nascer e renascer constante. Existem espécies mais presentes no tempo das chuvas e as que vigoram em meses de vento e sol.

Na tocaia, procurando interferir o mínimo no ambiente no momento de construção das imagens, Claudio Farias passa, às vezes, horas em busca de um instante tênue de um inseto de um casulo. Pode ser ao meio dia ou às 4 horas da madrugada.

Nesse mundo de mangue, a presença também de pescadoras, pescadores, marisqueiros e marisqueiras e crianças e jovens que fazem do mangue uma área de lazer.

Educação ambiental

Cláudio Farias criou o Programa Mundo Mangue de Pesquisa, Arte, Comunicação e Educação Socioambiental.

A meta é instituir a Rede de Amigos dos Mangues e criar um espaço Barco Escola para estudos, pesquisas e visitas aos manguezais.

Estão sendo produzidas exposições fotográficas, livros, vídeos-aulas e outras iniciativas, abertas a participação de pesquisadores e a qualquer pessoa interessada em contribuir.

Cláudio Farias

Jornalista e radialista, Cláudio Farias tem pós-graduação em Desenvolvimento Sustentável – Estratégias para Quilombolas.

Desde a década de 1970, integrou grupos culturais de teatro, artes e, sobretudo, de cinema.

Participou de várias fases do cinema maranhense, entre os quais o movimento do cinema Super 8 e atividades da Associação Brasileira de documentarista.

Como repórter, passou pela edição executiva, apresentação de programas de entrevista, chegando a coordenação de núcleo.

Mas é na produção audiovisual que encontrou a síntese da busca permanente do prazer e felicidade.

Atualmente, facilita oficinas de audiovisual e documentário para jovens. Realiza palestra sobre multiculturalismo, o negro e a mídia, comunicação e discriminação étnica, a comunicação e o ecossistema manguezal.