Por Celso Borges
O NOME QUE VIROU POEMA reúne, pela primeira vez, no palco, quatro artistas ligados à música e poesia.
Além de Magah, o espetáculo, que acontece neste sábado (9), no Odeon Sabor e Arte, terá performance dos poetas Celso Borges, Fernando Abreu e Lúcia Santos.
Lucia Santos
O espetáculo propõe um diálogo entre os quatro artistas por meio de letras, poesias e canções.
No repertório, oito músicas de Marcos Magah, algumas de seus dois primeiros discos e outras do próximo trabalho, além da leitura de poemas e perfomances de Celso, Fernando e Lúcia.
“É uma grande alegria pra mim poder dividir o palco com esses camaradas com quem tenho grandes afinidades. Será uma grande celebração”, afirma Magah.
Para o poeta Fernando Abreu, que vai ler principalmente poemas inéditos, um deles acompanhado no violão pelo cantor e compositor, “o Nome que virou poema dilui as falsas fronteiras entre canção e poema em uma grande celebração da arte e da amizade”.
minha, não
não é a loucura de vang gogh
incendiando os milharais da mente
não é a loucura de charles bukowski
tigre arrancando tiras de sua pele
nas jaulas da américa
não é a loucura de carl solomon
estado policial roendo seu calcanhar
nem a de bispo do rosário
em seu apocalipse artesanal
nem a de fernando diniz
engenho dentro do silêncio
é a loucura estéril, triste
e sem brilho
de quem roubaram a vontade
apontando uma faca enferrujada
para o centro de sua alma
é essa a loucura
de que tenho que me safar
quase todos os dias
estéril, triste e solitária
indigna de um poeta, você disse?
não, meu amigo
indigna de um homem
qualquer um
Em outro momento do espetáculo, os artistas lêem versos do poeta americano Charles Bukovski e comentam sobre a importância do artista. Lúcia Santos aproveita pra falar um poema que escreveu depois que um amigo sugeriu que ela parecia com as mulheres do universo de Bukovski.
Mulher Bukovskiana
Leu isso em algum banheiro de bar, passou a chamá-la assim. A fina luz de uma vela, bailaram suas diferenças no mesmo compasso: Ele – curiosa armadilha – quis saber a idade dela. Erro crasso. Veio à tona o pé debaixo da cama, a água fria do chuveiro, o barulho da pia. A insônia, o nó cego, o embaraço. Acabou-se a maravilha.
No repertório de Celso Borges, poemas da revista Fúria, lançada em 2015. Em dois deles, Borges será acompanhado no violão por Magah e Fernando Abreu. O escritor compôs também, em parceria com Magah, a canção que abre o show. “É uma homenagem recheada de ironia que faço a ele, um artista que admiro pela música que faz e pelas opções que fez em alguns momentos da vida”, afirma Celso Borges.
Eu Narciso Paraíso
Se Magah viesse à terra
O que Jesus acharia
Olhando lá de cima
Morrendo de ciúme, diria:
Tinha que ser mesmo tu, Magah!
Narciso paraíso
Nas cordas de uma guitarra
Vai quebrar a cara
E o espelho das estradas.
Tu vai ver o que é bom pra tosse, Magah!
O NOME QUE VIROU POEMA
Música + Poesia
Show de Marcos Magah, Celso Borges, Fernando Abreu e Lúcia Santos
Odeon Sabor e Arte – R. João Vital, 82-178 (travessa rua do Giz) – Praia Grande, às 21h
Mais informações – (98) 981791113
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