No tempo dos oráculos

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Por Marco Estrela (Psicólogo e advogado)

Existiu uma geração que falava quem podia e ouvia quem tinha juízo. Avôs, avós e pessoas mais velhas tinham um amadurecido e conhecimentos que transcendiam aos anos, eram capazes de indicar vários caminhos ou confortos de forma descomplicada e amorosa.

Mostravam com bastante simplicidade o quanto a capacidade de fazer bons julgamentos deveria ser valorizada, pelo simples fato de serem ouvidos.

Quando somos jovens, a maior parte do nosso poder de processamento é empregada em tentar entender o mundo e as situações com as quais nos confrontamos.

Quanto maior o número de experiências e padrões acumulados por uma pessoa experiente, maior a sua capacidade de antecipar e nos indicar a resolução de alguns problemas que podem muito nos incomodar, mesmo para aqueles que nunca vivenciaram determinadas situações.

Na prática, a experiência e o conhecimento acabam conseguindo compensar a nossa suposta inteligência, no sentido de encontrar saída para determinadas adversidades que presumíamos ser insolúveis.

Desprezar uma tradição que vem de anos longínquos pode definir, através de relatos guardados na memória, a diferença entre ter uma sabedoria emocional ou uma insipiência insensível.

Essa senhorinha da foto é a minha avó materna Carmem, que soube me passar uma escuta com humor e firmeza.

Suas incontáveis histórias sobre moral, dignidade e ética ficarão pra sempre na minha hierarquia de valores, arquivadas no meu banco de boas memórias, para que eu possa ter algo para comparar e antecipar a resolução ou mesmo arrefecer a dor causada por alguns transtornos circunstanciais e imprevistos desta relativa vida.

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