E-book Transas da Contracultura Brasileira disponível para download gratuito neste domingo (26)

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Capa do Livro Transas da Contracultura Brasileira

O e-book Transas da Contracultura Brasileira, organizado por Patrícia Marcondes de Barros e Isis Rost, será lançado, neste domingo (26),  e estará disponível para download gratuito no blog da Editora Passagens (editorapassagens.blogspot.com).

Isis Rost e Patrícia Marcondes de Barros reuniram, nas 332 páginas do livro, artigos, poemas, entrevistas, depoimentos e ensaios, com a presença de nomes como Ricardo Chacal, Jards Macalé, Luiz Carlos Maciel, Ana Cristina César, Helena Ignez e os maranhenses Murilo Santos e César Teixeira, além de pesquisadores de diferentes locais do país. A coordenação editorial é do historiador e professor Flávio Reis e o projeto gráfico e diagramação de Isis Rost,

O livro resulta do encontro de duas pesquisadoras ligadas na efervescência cultural dos anos 1960 e 1970. Isis Rost, gaúcha radicada em São Luís, e Patrícia Marcondes de Barros, paulistana que vive atualmente em Londrina. Elas reuniram vasto material, que alinha entrevistas e depoimentos de personagens expressivas daqueles anos de explosão criativa, transformações comportamentais e, também, repressão política.

“É um passeio por nomes da literatura, do jornalismo alternativo, da música, das artes cênicas e do audiovisual, quase sempre mais próximos do lado B e da experimentação, numa linguagem direta, sem os excessos teóricos e insossos dos textos acadêmicos”, afirma Flávio Reis.

Cesar Teixeira e Murilo Santos são integrantes da primeira turma do Laborarte. E tem Edmar Oliveira, participante da cena que se desenvolvia, na época, em Teresina, além de uma entrevista realizada por Joca ReinersTerron com Régis Bonvicino sobre Walter Franco.

Há textos de pesquisadores e colaboradores de diferentes cidades como Teresina, São Luís, Londrina, Rio de Janeiro e São Paulo que enfocam aspectos diversos da efervescência cultural entre os anos 1960 e 1980, da Tropicália ao movimento Punk, nas áreas de poesia, música, cinema, imprensa alternativa e teatro. Entre os poetas convidados, Celso Borges, Cesar Carvalho e Durvalino Couto Filho.

“A concepção gráfica do projeto se aproxima do universo das publicações alternativas, ponto em comum entre eu e Patrícia, que conheci em 2018. Desde o ano passado existia a urgência de um projeto que resgatasse, neste período sufocante que atravessamos, os elementos transgressores da contracultura. O livro teve seu pontapé inicial quando nos encontramos pessoalmente pela primeira vez no Rio de Janeiro, em fevereiro, já no dia da entrevista com Chacal”, afirma Isis Rost.

 

 

O livro abre com poema de Celso Borges anunciando os ingredientes e o sabor do caldeirão da contracultura

OlhaliOlhalá
Wally alado
No colo de Jorge Salomão
Tresloucado
No caldeirão da contracultura
Meu poema também cabe?
Quem sabe
Deitando e rolando no Gramma
No Drops de Abril de Chacal
Que tal
No coração samurai de Catatau
E coisa e tal
meu poema
Olé olá
No parangolé Tropicália de Oiticica
Que delícia
Meu poema enfim
Nos paletós de Francisco Alvim
Quem sabe
Maio 68 nos muros de Berlim
Meu poema lerolero
Ainda cabe até o fim
Na boca de Cacaso eu quero
Dentro de mim um anjo da contracultura
Que nas asas de Ana C. César
Sobrevoe aquela manhã azul de Ipanema
Queda para o alto
Meu poema
Meu treponema não é pálido nem viscoso
na fumaça de um fino
meu poema
panamérica de Agripino
colírio no olho do sol
quem sabe
nas bancas de revista
Warhol na capa mijando no urinol
deDuchamp
Roda, roda e avisa
Um minuto pros comerciais
Alô, alô, Tristeresina
Vai ver Torquato
Na discoteca do Chacrinha
Vai, Drummond, ser guache
Nas aquarelas da contracultura
Quem sabe!
Quem sabe desfolho a bandeira
Na parte que me cabe
Quem sabe?
Quem sou?
Eu sei
Eu não sei
Por isso
Meu poema vai
e voa
em vão
meu poema nem Seu Sousa
vai e vem e vaia
o caldeirão
da contracultura
não
Me segura que vou dar um traço

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