Rua do Egito no tempo dos casarões

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Esta fotografia é da Rua do Egito, no Centro Histórico de São Luís, no tempo em que essa via era mais estreita e cheia de belos casarões coloniais. É interessante, também, por mostrar pedestres e até um cachorro. Tudo indica que apresenta a cidade nos fins do século XIX ou primeiras décadas do século XX.

Os casarões foram substituídos, em meados do século, por belos bangalôs.

No século XIX, o conjunto de casarões da Rua do Egito era motivo de orgulho dos maranhenses.

Era das mais belas ruas de São Luís.

O site Agenda Maranhão já postou outra foto, clássica com texto sobre a história da Rua do Egito, reproduzida aqui.

https://agendamaranhao.com.br/2018/06/03/rua-do-egito-era-estreita-e-formada-por-casaroes-coloniais/

Rua do Egito não era uma via larga, como é, hoje, se comparada com as ruas e becos estreitos do Centro Histórico de São Luís.

Permaneceu estreita até a década de 1930, quando os prefeitos Otacílio Ribeiro Saboia (governou o município de 1936 a 1937) e Pedro Neiva de Santana (de 1937 a 1945) colocaram em prática um projeto de renovação urbana para mudar a feição da cidade colonial para uma cidade moderna, com o alargamento de ruas, como a do Egito, e criação de novas avenidas, como a Magalhães de Almeida e Getúlio Vargas.

Na Rua do Egito, os casarões coloniais foram demolidos e, no lugar, foram erguidos os bangalôs e outros imóveis, entre os quais, o do Cine Roxy, hoje, Teatro da Cidade.

Até meados do século XIX, a Rua do Egito era um dos orgulhos da paisagem urbana de São Luís por causa de seus belos e altos casarões.

Essa concepção, imponente no século XIX e que ficou ultrapassada na década de 1930, foi produto do Ciclo do Algodão, que começou com a criação da Companhia Geral de Comércio do Grão-Pará e Maranhão, em 1755, pelo Marques de Pombal, o todo poderoso em Portugal no reinado de D. José I.

A força do Ciclo do Algodão durou até por volta da década de 1860, quando a economia agroexportadora maranhense, sustentada pelo trabalho da mão de obra escrava, começou a entrar em decadência.

No tempo da Belle Époque (1871-1914), a Paris de avenidas largas passou a ser referência no mundo e a São Luís de ruas estreitas, a do Ciclo do Algodão, já era vista como velha por alguns visitantes.

Os botânicos, Luiz e Elizabeth Agassiz, em visita de dois dias, em 1856, já acharam as ruas da cidade muito estreitas.

A professora do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UEMA, Grete Soares Pflueger, explica que grandes mudanças foram feitas em São Luís, com demolições de casarios antigos para renovação urbana, entre os anos 1930-50.

Entre as mudanças, a triplicação da Rua do Egito, a abertura da Avenida Magalhães de Almeida (em diagonal ) e a construção da  Avenida Getúlio Vargas.

Foi no âmbito da renovação urbana da Era Vargas, na intendência de Paulo Ramos e gestão de Neiva de Santana  que as novas  linguagens arquitetônicas como o art déco (hotel central, Roxy, Correios)  e a arquitetura moderna (bangalôs , casas modernistas , BEM e INSS ) incorporaram ao centro um ar moderno .

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