Um clique de paz na Guerra da Ucrânia

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A partir de fotografia que Mark Neville captou de uma mulher da região separatista da Ucrânia, o jornal inglês The Guardian tenta desfazer estereótipos com relação a povos: todo ucraniano é isso, todo francês é aquilo etc. e mostrar, também, que a arte pode combater a guerra.

A postagem é de autoria de Edward Siddons, na edição do The Guardian de quarta-feira (23 de fevereiro de 2022).
https://www.theguardian.com/artanddesign/2022/feb/23/brave-woman-symbolises-ukraine-mark-nevilles-best-photograph-kremlin-falsehoods

No texto, o fotógrafo/artista Mark Neville afirma que um poema, uma música ou uma fotografia podem ajudar a se contrapor uma guerra.

Um exemplo é a imagem, de 1972, que marca a Guerra do Vietnã, de autoria do fotógrafo Nick Ut, da agência Associated Press. É de uma menina, atingida por uma bomba química, com os braços abertos, com o corpo nu queimado e a expressão de terror no rosto. Virou o símbolo do conflito e, até hoje, denuncia o horror que uma guerra produz.

Com relação aos estereótipos de povos ou países, Mark Neville recorda de quando esteve no Afeganistão, em 2010, e percebeu a lacuna entre o que ele viu e o que tinha de alucinante nos relatados sobre o país.

A imagem da mulher na região separatista da Ucrânia, uma cidadã comum, faz parte de uma coleção de fotografia que Mark Neville fez da chamada Stop Tanks With Books.  Ele enviou 750 cópias gratuitas para tentar parar a guerra.

 

Mark Neville fala da foto da mulher ucraniana 

“Eu estava andando por Myrnohrad (na Ucrânia separatista) tirando fotos com um grande flash portátil e uma câmera fotográfica quando vi essa mulher sentar e acendendo um cigarro.  Ela parecia tão confiante e egocêntrica.  Eu falo um pouco de russo, então eu disse a ela que estava tirando fotos da vida comum na Ucrânia e perguntei se ela posaria.  Ela concordou sem hesitar.

“Normalmente, quando você pede às pessoas para posar, elas fazem exatamente isso – posam – e se tornam autoconscientes.  Mas para essa mulher, era como se eu não estivesse lá.  Foi perfeito: ela estava completamente presa em seus pensamentos”.

“Adoro o estojo azul no colo dela, embora nunca tenha descoberto o que havia nele.  Talvez seja um aluguel de um apartamento.  Talvez sejam papéis de divórcio.  Seja o que for, parecia que ela estava em uma missão”.

“A ideia de que todos os ucranianos separatistas são fascistas é um absurdo completo.  Esses mitos só existem para ajudar a fomentar a inércia que, há anos, deixa o país abandonado diante da agressão russa”.

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