Mímico Gilson César lança livro no Quilombo Liberdade

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Foto: Uirá mantovani

 

O mímico Gilson César Nunes lança o livro “A mímica falante de Gilson César”, no dia 27 deste mês (um domingo), às 16h, na biblioteca Comunitária do Quilombo da Liberdade (Rua Corrêa de Araújo, 135, bairro da Liberdade São Luís – Brasil).

 

 

Nesta postagem, as organizadoras do livro, Cynthia Martins (antropóloga, poeta e professora da UEMA) e Tamara Fresia Mantovani de Oliveira (pedagoga, poeta e professora da UFMA), apresentam a publicação.

 

O livro “A mímica falante de Gilson César” é marcado por uma descrição realizada pelo próprio artista sobre sua vida, sua arte e os percursos transcorridos a partir de relações sociais variadas. E ainda, por teorizações sobre os saberes da mímica referidos às suas pesquisas e práticas construídas ao logo de sua trajetória de vida.

Os processos criativos do artista poderiam ser descritos como possuindo uma dimensão “clássica” e uma outra, adquirida de modo autodidata e fruto de suas vivências cotidianas.

Entretanto, ao contrário, a singularidade de sua trajetória está justamente na impossibilidade de uma classificação definida a partir de parâmetros hierárquicos e que separam, de modo definitivo, o “saber formal” e o “saber informal”; “o que é arte” e o “que é popular”.

Não há como definir a mímica de Gilson, sua experiência com o teatro de rua, com o bumba-meu-boi, com o realejo, a partir de uma “única escola”, “de uma “única influência” ou de qualquer ditame que aponte para uma ideia de mera reprodução.

Está em jogo um saber criativo, transformador da tradição e que conecta o local e o universal de forma plena e com uma dimensão política dissociada de pertencimentos institucionalizados ou mesmo tradicionais do ponto de vista familiar.

A qualidade da arte de Gilson César o levou a ser aceito pela escola do mímico francês Marcel Marceau, professor do famoso Michael Jackson.

Gilson César morou na Itália, se apresentando nesse país com toda maestria.

Em São Paulo, o mímico trabalhou com o dançarino Ivaldo Bertazzo em espetáculos como Mãe Gentil. Teve experiência no grupo “Parlapatões”, especialmente com Hugo Possolo, palhaço, diretor e ator brasileiro.

Gilson trabalhou, em São Paulo, com o compositor e cantor Zeca Baleiro, que inclusive escreveu sobre o livro, expressando-se da seguinte forma: “Fiz música para espetáculos de bonecos que Gilson realizou em parceria com as atrizes Sandra Cordeiro e Silvana Cartágenes ou com o saudoso Beto Bittencourt”.

A vasta vivência de Gilson César “fora do país” e em outros estados do Brasil fez com que valorizasse cada vez o tambor de crioula, a feira da Praia Grande, enfim, “as coisas do seu torrão”. Ou, como diz o próprio Gilson: “É porque também, por vezes, a gente tem uma ideia que tudo que é, vamos dizer assim, um pouco externo, é melhor. Também é bom, mas essa experiência local tem força”

O convite está aberto. O lançamento será na Liberdade, onde o mímico morou e construiu a base dos seus saberes.

Hoje, a Liberdade é o “Quilombo Urbano da Liberdade”.

Para finalizar, gostaríamos de dizer que organizar o livro significou aprender com um artista e sua capacidade em “sentir o que pensa”, em “olhar para os horizontes pensando-os como o início de um infinito”.

Agradecemos a oportunidade,

Cynthia Carvalho Martins

Tamara Fresia Mantovani de Oliveira

 

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