Galerias subterrâneas de São Luís

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Por Zé Reinaldo Martins (jornalista)

 

O Maranhão, de certa forma, ficou um pouco órfão sem o engenheiro civil Luiz Phelipe Andrès, que faleceu em dezembro de 2021.

Luiz Phelipe Andrès tinha as chaves de alguns caminhos da cidade que levam a fazeres e espaços que remontam os tempos da Colônia, Império e início da República. Lugares esquecidos e que foram redescobertos e valorizados por ele nas décadas de 1980, 1990 e início deste século XXI.

São poços intercalados entre casarões, galerias subterrâneas, paredes com pinturas em suportes de azulejos, portas janelas desativadas, estaleiros de embarcações artesanais, escadas, escadarias etc. que estão por aí, encobertos no Centro Histórico de São Luís, em bairros como Anil, Madre Deus…. Nas cidades de Viana, Cururupu, Alcântara, Caxias ou Guimarães.

Sem Luiz Phelipe Andrés, esses caminhos voltam às brumas da historia, pois fica mais difícil saber, exatamente, como refazer as trilhas, de forma precisa, sem danificar entornos, para chegar a esses espaços.

As fotografias

As fotografias desta portagem são de autoria de Edgar Rocha.

Uma das fotos apresenta um trecho das galerias subterrâneas da área da Praia Grande, na capital maranhense.

A pessoa que está ao fundo da fotografia é Luiz Phelipe Andrès, que coordenou diversos projetos de revitalização do Centro Histórico de São Luís.

Parte das fotografias dos túneis subterrâneos estão no livro Reviver Revival e nas coleções do Studio Edgar Rocha.

Reviver Revival é uma publicação de natureza institucional, técnica e documental, de 1993, elaborada por vários profissionais, entre historiadores, fotógrafos, engenheiros e arquitetos. Tem disponível no sebo Chico Discos (Rua dos Afogados, esquina com Rua São João, no Centro Histórico de São Luís).

Apresenta informações sobre o Projeto Reviver, de revitalização da Praia Grande, e outros projetos urbanístico voltados para áreas do Centro Histórico de São Luís.

Entre as informações, a recuperação dos 1.500 metros lineares de galerias subterrâneas, de drenagem de água das chuvas, estruturas construtivas que remontam ao fim do século XVIII.

As galerias, depois de descobertas, foram desobstruídas para ligações com o sistema de macrodrenagem de escoamento das águas das chuvas.

O texto a seguir, sobre as galerias subterrâneas na Praia Grande, integra a publicação. Certamente foi escrito por Luiz Phelipe Andrès, o idealizador e coordenador do Projeto Reviver.

 

“De natureza construtiva extremamente sólida, os detalhes dos arcos, em abóbada de berço, foram fabricados com lajotas de cerâmica, há cerca de 200 anos, numa época em que as carroças representavam o maior peso sobre o pavimento das ruas. No entanto, demonstram ser capazes de resistir, até os dias de hoje, mesmo suportando cargas de dezenas de toneladas de pesados caminhões que invadiram as ruas do Centro Histórico nas últimas décadas”.

 

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