A defesa do mangue no cinema de Cláudio Farias

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As imagens apresentadas nesta postagem são de autoria do cineasta, fotógrafo e jornalista Cláudio Farias, que está na fase final do seu projeto fílmico “Crimes nas florestas dos manguezais”.

 

O filme é fruto de um trabalho de pesquisa bem mais amplo que o cineasta está realizando em manguezais por meio de fotografias e vídeos.

 

Cláudio Farias mora, há 13 anos, em um sítio na beira dos manguezais de Alcântara, no litoral do estado do Maranhão (Brasil). Neste local, ele vivencia os ciclos de mangues, pássaros, répteis, crustáceos, insetos (borboletas, formigas e besouros…), peixes, flores e outros seres, em movimentos entre marés, ventos e outros fenômenos presentes nas duas estações que se revezam no litoral norte do Brasil: a das chuvas e a de secas e ventos.

 

Nas buscas e experimentações do cineasta há momentos únicos, captados sob a luz do sol. Nada de luz artificial. O aproveitamento da luz natural faz parte da concepção fotográfica do autor. Para Cláudio Farias, a fotografia, por si só, apresenta-se leve e real.

 

 

 

 

Preservar o mangue

 

Ao documentar o ambiente de mangue que é, ao mesmo tempo, mutante e harmônico, Cláudio Farias chama atenção para a necessidade de preservar um ecossistema cada vez mais ameaçado pela ação predadora dos seres humanos. Logo, essa preocupação com a preservação do meio ambiente fez surgir a ideia do projeto intitulado “Crimes nas florestas dos manguezais”.

 

O mangue que fala

 

Alguns detalhes dos manguezais só são passíveis de serem apreendidos por quem vive na área. Para um visitante, parte da complexidade desse ambiente é quase invisível, pois vários aspectos da vida selvagem nos mangues exigem tempo para serem percebidos.

 

Nos mangues acontecem ciclos longos e tênues, envolvendo o movimento de plantas e animais entre marés, lama, chuvas e ventos, fenômenos naturais que impulsionam cadeias de vidas, mortes, transformações e renascimentos. Quem mora na área percebe e, no caso de Claudio Farias, fotografa e filma.

 

Existem, por exemplo, plantas, que nascem, crescem, convivem com insetos e outros animais e morrem se misturando com as águas ou com terra.

 

E, entre o verde e a lama dos manguezais e o mar turvo da Baia de São Marcos, plantas, passo a passo, geram toras mutiladas. Essas toras ganham formas estranhas e são abrigos renovadores de larvas e minúsculos bichos do mar, que realimentam outros ciclos de vidas, acompanhados por Cláudio Farias.

 

São as diferentes fases dessa natureza, imperceptíveis para quem faz uma visita rápida a uma área de mangue, que Cláudio Farias, em sua vivência nos manguezais, traduz em imagens.

 

Cinema e meio ambiente

 

A beleza do imenso e diversificado cenário dos manguezais, que emolduram boa parte da costa maranhense e de quase todo o litoral da Amazônia Brasileira, chama a atenção para a necessidade, urgente, de preservação desse rico ecossistema. Especialmente, considerando o tempo presente de agravamento dos problemas ambientais.

 

Com base nas pesquisas que realizou, Cláudio Farias está nos retoques finais do projeto fílmico “Crimes nas florestas dos manguezais”, que conta, na primeira temporada, com 7 episódios, entre curtas e longas, incluindo gêneros documentário, ficção, educativo e artístico.

 

Povo do mangue

 

A perspectiva do projeto é de continuidade, incluindo a construção da história utilizando a memória oral das pessoas que vivem em áreas de mangues, pescadores e marisqueiras.

 

A ideia é mostrar o cotidiano dessas pessoas, com suas famílias, em suas casas, o trabalho no mar e em terra, embarcações e outras ferramentas que usam para viver. Este modus vivendi proporciona uma relação naturalmente sustentável com o mangue.

 

Defesa da vida

 

Nestes 13 anos, Cláudio Farias, também, se envolveu em educação ambiental, turismo sustentável e amparo aos patrimônios naturais, culturais e histórico-arquitetônicos de Alcântara. Estas atividades incluem ações em defesa e preservação de ilhas, praias, rios, poços, nascentes, espaços de mangues, casarões coloniais e tradições populares.

 

 

 

 

 

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